TEXTO: LAURA SÁNCHEZ
Almofadas contra o câncer de mama
A Associação Amigas do Patchwork, formada por um grupo de 15 mulheres e uma professora da cidade galega de Noia, confecciona todos os anos mais de 200 almofadas em forma de coração para doar a mulheres recém mastectomizadas. Não se trata apenas de um impulso para animar essas mulheres, mas também uma ferramenta para que elas possam enfrentar o pós-operatório de maneira mais suportável, uma vez que são almofadas anatomicamente benéficas.
Entre alguns de seus benefícios, a almofada evita o atrito do braço na ferida, dá sustentação ao braço e à musculatura do ombro e pescoço, proporciona uma postura adequada, conforto e a segurança necessária no pós-operatório de um câncer de mama. O coração tem uma reentrância muito pronunciada, de modo que pode encaixar precisamente sob o braço do lado da mama operada. Por outro lado, permite amortecer golpes ou empurrões na zona afetada e, a nível emocional, reforça a autoestima das pacientes e faz com que saibam que não estão sozinhas.
Desta forma, as mulheres da associação procuram cores «alegres e chamativas» e, uma vez encontradas, lavam os tecidos a 40 graus e os passam a ferro. Após esse processo, duas colegas da entidade se encarregam de cortá-los com as medidas específicas. O acolchoamento das almofadas também é adquirido muito especificamente porque tem que ser 100% algodão. Quando a almofada fica pronta (leva apenas uma hora para ser costurada) passa a fazer parte de um dos dois lotes que todos os anos são enviados para o Hospital Clínico Universitário de Santiago.
As almofadas conseguem amortecer a dor física, mas também a emocional, apoiando as mulheres recém operadas no difícil processo que atravessam. De fato, algumas das voluntárias encarregadas de costurar as almofadas também já passaram pela doença, por isso conhecem exatamente as sensações e emoções destes momentos difíceis, e afirmam que é fundamental saber que não estão sozinhas.

Visibilizando a pobreza menstrual
A ONU estima que existam 1,8 bilhões de mulheres em idade menstrual no mundo, 500 milhões das quais não têm acesso a produtos básicos de higiene íntima para menstruação: sem absorventes e muito menos as soluções mais inovadoras já existentes no mercado. Isto é agravado pela falta de educação sobre o assunto – a menstruação continua sendo um tabu em muitos países do mundo – e pela impossibilidade de acesso a pontos de água potável.
Um desses países onde a pobreza menstrual é esmagadora é o Quênia, onde cerca de 65% das mulheres não têm acesso a produtos de higiene menstrual. Seja porque não podem pagar por eles ou porque desconhecem sua existência, esses produtos são um verdadeiro luxo para as quenianas.
Muitas jovens que vivem nesses países escondem sua menstruação e deixam de ir à escola porque ficam constrangidas de que outras pessoas saibam que estão nesses dias. Há meninas que a escondem porque significa que cresceram e estão prontas para se casar.
Por isso, a entidade Save a Girl, Save a Generation realizou um documentário chamado The Menstrual Gap (A Brecha Menstrual), que denuncia a desigualdade a que estão submetidas as mulheres em muitas regiões do mundo pelo simples fato de menstruarem, e o preço alto que muitas vezes têm que pagar para passar por isso. Sempre que este documentário for compartilhado em qualquer rede social com a hashtag #themenstrualgap, a entidade receberá uma doação de um euro. https://www.saveagirlsaveageneration.org/
Sirva-me um menu solidário
O número de pessoas no mundo que precisam de ajuda alimentar continua aumentando a um ritmo alarmante: 690 milhões de pessoas no mundo (quase 9% da população) sofrem de fome. Por este motivo, o setor de hotelaria na Espanha se mobilizou no âmbito da iniciativa Hotelaria Contra a Fome, englobando pela primeira vez diferentes estabelecimentos do setor, como restaurantes, bares, cafeterias e hotéis.
Esta iniciativa é mais um passo além da anterior, Restaurantes Contra a Fome, que já contava com doze edições consecutivas e mais de 1,4 milhões de euros angariados. No total, participaram 9.000 restaurantes e conseguiram mais de 30.000 tratamentos contra a desnutrição.
A Ação Contra a Fome é a entidade responsável pela coordenação desta campanha, que prevê um elevado envolvimento do setor hoteleiro. Esta participação pode ser feita de duas formas distintas: por um lado, os estabelecimentos que queiram ser solidários podem pagar um valor anual com base na doação que pretendem efetuar. Por outro lado, existe a opção de preparar um cardápio ou prato solidário, de forma que, quando seus clientes o solicitarem, parte do valor vira uma doação extra para a Ação Contra a Fome.
O público pode acessar a lista de estabelecimentos hoteleiros cadastrados no site da campanha. https://hosteleriacontraelhambre.accioncontraelhambre.org/