O Museu do Seguro da Fundación MAPFRE conserva entre suas peças uma cópia do Lloyd’s Register of Shipping de 1912 e 1913, onde aponta-se o naufrágio do Titanic.

TEXTO: ANA SOJO, Curadora do Museu do Seguro da Fundación MAPFRE

É difícil imaginar um acidente mais conhecido, comentado e recriado que o naufrágio do Titanic.

O nome completo do transatlântico era RMS Titanic ou Royal Mail Ship Titanic cuja tradução literal é “Navio do Correio Real Titanic”, por ter a função de transporte para o Royal Mail. Foi construído por ordem da White Star Line, para cobrir a rota de passageiros de Southampton para Nova York.

Como sabemos, naufragou durante a noite de 14 de abril de 1912. Das 2.223 pessoas que viajavam nele, 1.514 morreram. É considerado um dos maiores naufrágios da história em tempos de paz. O Museu do Seguro da Fundación MAPFRE conserva entre suas peças uma cópia do Lloyd’s Register of Shipping de 1912 e 1913, onde aponta-se o naufrágio do Titanic. Lloyd’s Register of Shipping era uma sociedade de classificação marítima.

Seu nome e origem remonta à uma cafeteria do século XVII, em Londres, que era frequentada por comerciantes, agentes de seguros e armadores, todos unidos pelos seus negócios no setor marítimo. Edward Lloyd, o proprietário, inventou um sistema para trocar informações, escrevendo em uma folha as notícias que recebia.

Capa do Lloyd’s Register of Shipping. Museo del Seguro

El O Titanic em números

Há quase 100 milhões de resultados no Google quando pesquisamos pela palavra Titanic.

Cerca de 300 livros em espanhol no banco de dados do ISBN contém a palavra “Titanic” em seu título e 572 livros da Library of Congress também contém em seu título a mesma palavra.

Há mais de 129 títulos audiovisuais (filmes, séries e documentários) sobre o Titanic, de acordo com a International Movie Data Base, IMDB.

Incontáveis exibições, exposições e mostras de objetos originais.

Várias expedições de pesquisa e resgate de objetos e, finalmente, a construção de uma réplica exata do navio, que navegará em 2018 sob o nome de Titanic II.

 

Vale destacar que, além desta ligação histórica, a Lloyd’s Register não possui nenhuma relação com a agência de seguros Lloyd’s of London. A sociedade publicou o primeiro Registo de Navios em 1764 para dar tanto aos agentes quanto aos proprietários uma ideia do estado dos navios que eram assegurados e fretados. Esse registro, com informações dos navios mercantes de mais de 100 toneladas, foi publicado anualmente desde então. No livro aparece uma breve referência à perda do Titanic onde afirma-se que o navio “colidiu com um iceberg e afundou em lat. 41,16 N, long. 50.14 E. em 14 de abril de 1912.” O naufrágio foi um ponto crucial para a navegação marítima.

Como resultado da tragédia e em resposta às conclusões do Comitê Mersey (criado para investigar o incidente), o governo britânico iniciou a primeira Conferência Internacional sobre a Segurança da Vida Humana no Mar (Conference on the Safety of Life at Sea (SOLAS). Os participantes desta conferência se reuniram em Londres em 1913 e 1914. Treze nações chegaram a um acordo sobre o uso de muretas estanques e resistentes ao fogo, dispositivos de prevenção e extinção de incêndios, botes e coletes salva-vidas etc.

Titanic e o seguro

Em 9 de janeiro, o corretor Willis Faber & Co entrou na sala da Lloyd’s para segurar o Titanic e seu navio irmão, o Olympia, em nome da White Star Line.

A embarcação foi assegurada em um milhão de libras, cerca de 95 milhões de libras atualmente. Inúmeros nomes foram adicionados ao slip da Lloyd’s, cobrindo montantes que variavam entre 10.000 e 75.000 libras. As seguradoras pagaram o montante integral à White Star Line nos 30 dias seguintes ao incidente. Há também uma extensa documentação sobre o seguro de vida pago aos passageiros e sobre as muitas queixas as quais deram lugar ao incidente.

Interior do Lloyd’s Register of Shipping. Museo del Seguro

Fontes:

https://www.lloyds.com

http://www.lrfoundation.org.uk/hec.info@lrfoundation.org.uk

http://www.prudential.co.uk

http://www.imdb.com/